"No presente trabalho, apresento um movimento popular recente e ativo na Argentina, que cria e inova os meios de se “fazer política”, sem recorrer aos tradicionais apelos aos poderes públicos: o Movimento Piquetero.
Distante da tradicional intenção de tomada de poder para atingir os objetivos, o movimento piquetero busca suas saídas e alternativas na organização popular, se baseando nos princípios da autogestão dos meios de produção e na democracia direta, na representação diretamente elegida e revogável.
Um movimento que não se baseia em relações de poder, apenas como um “poder-fazer” (poder de criação) e não como “poder-sobre” ou “contra-poder”: é o que John Holloway caracteriza como “anti-poder”.
Em meio ao caos da crise argentina, fruto de ações governamentais de viés neoliberal, que entregou a nação, dia após dia, cada vez mais, aos poderes econômicos externos, o povo argentino de diversas camadas sociais se organizou de tal forma inovadora, que chegou a derrubar presidentes e transformar toda a lógica da micro-política e da micro-economia."
Bruno Carlos Muniz Reis
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